Atualmente, um dos meus focos nos estudos é sobre o assunto Inteligência Emocional. Para os profissionais que desempenham função que dependem das pessoas, é fundamental entender como as atitudes e o comportamento humano se processam e influenciam as decisões e escolhas de cada um.
Nós que atuamos na gestão de equipes e que temos o objetivo de tornar as pessoas cada vez mais produtivas e criar um ambiente adequado para que isso aconteça, é um tema que deve ser estudado com muita profundidade.
Alinhado a essa meta, acabei de ler um dos dois livros que comprei sobre o assunto. Em “O Novo Profissional Competitivo: mais razão, emoção e sentimento na gestão”, o autor Carlos Faccina, renomado profissional que durante vários anos atuou na gestão de RH da Nestlê, fala sobre os fatores inatos e da natureza humana que influenciam a tomada de decisões e que devem fazer parte do processo de educação gerencial. Com uma linguagem não tão simples e com alguns trechos de difícil entendimento, o autor passa uma visão importante: não existem receitas e fórmulas mágicas para entender o comportamento humano. São diversas variáveis que devem ser levadas em consideração e todas elas podem ser refutadas e questionadas. Portanto, a única verdade em relação a este assunto é que não existe verdade absoluta e cada situação requer um tratamento diferenciado.
Abaixo, seguem alguns registros que fiz ao longo da leitura de livro e que compartilho com vocês.

Livro: “O Novo Profissional Competitivo, mais razão, emoção e sentimento na gestão”
Autor: Carlos Faccina
Registros escritos por Alércio Bressano
– Excesso de calculismos, fórmulas prontas e regras podem atrapalhar realizações na vida (conclusões dos trechos finais do prefácio de Eduardo Giannetti)
– O primeiro capítulo fala sobre a competitividade (variáveis sistêmicas, estruturais e internas), responsabilidade social como diferencial e sendo parte do plano estratégico da empresa e os desafios das empresas com a globalização (ter foco mais estratégico/inovação e menos na eficácia operacional).
– Exemplo do case do criador do microcrédito: “O avanço do conhecimento é, sobretudo, a quebra de paradigmas e da rigidez do comportamento. A inflexibilidade não é amiga de novas ações ou de diferentes dimensões de um problema.”
– O segundo capítulo aborda as ferramentas gerenciais de qualidade total (foco nos erros – defeito zero), reengenharia (mudanças e otimizações/integrações de processos, fazer mais com menos) e modelo de competências (inteligências múltiplas). O autor mostra que essas ferramentas cumpriram bem seu papel, mas consideram o profissional como tábula rasa (folha em branco que precisa ser preenchida do zero com os novos conceitos). Despreza os talentos inatos das pessoas (temos que buscar equilíbrio entre o meio e a natureza humana).
– O terceiro capítulo aborda que o conhecimento deve ser aplicado às organizações de modo que equilibre a busca pelos resultados empresariais (aumentar receita e reduzir custos) e a satisfação pessoal, inovação e prazer das pessoas.
– A moderna teoria do conhecimento humano visa passar de um modelo que tem a verdade, para algo realista e crítico, onde as conquistas são provisórias -> Razão Dogmática x Razão Crítica
– Modelos devem ser tratados como uma simulação da realidade, e não como a realidade propriamente dita. É apenas um meio de compreender melhor a situação (auxílio/apoio).
– Toda solução para um problema deve estar aberta a críticas (com objetivo de refutá-la). Se for, fazemos outra tentativa. Se não for, experimentamos, considerando que será criticada mais a frente. É um ciclo constante de “ensaio e erro” consciente.
– Realidade mostra que as ciências administrativas (métodos de gestão) se distanciaram da filosofia e das ciências humanas.
– As velhas doutrinas resistem à evolução do conhecimento, pois as novas teorias questionam as anteriores e não são aceitas pelos criadores de antigas teorias bem sucedidas (não são vistas como incrementos).
– No quarto capítulo, é feita discussão sobre não somente as características do ambiente que influenciam as atitudes/decisões, como também o que é inato (natureza humana).
– Não somente o ambiente tem a capacidade de transformar e adaptar gestores. A natureza humana tem papel fundamental.
– “Devemos intensificar conteúdos que revelem a essência da natureza humana, para o aprimoramento da formação do profissional atual e do futuro?”
– Num processo decisório, não pode haver separação do corpo e da mente, ou seja, o fator emocional não substitui o racional, complementa-o
– Competências gerenciais têm que sair da sabedoria convencional (receitas e promover verdades prontas) e partir para a sua essência (instigar e provocar questões não advindas da sabedoria convencional, quebrar paradigmas, incentivar soluções criativas e insights).
– Palavras-chaves: ter coragem, assumir riscos, liderar, criar, renovar, fazer analogias, ter insights. Entender como relacionar essas habilidades com as inatas (nosso software que nascemos)
– “Autoengano perverso”: não atentar para o que é inato e achar que as habilidades necessárias estão sendo exercidas (mas de fato não estão)
– Deparando-se com qualquer problema, não podemos nos limitar a uma análise superficial, mas sim uma avaliação aprofundada a partir da Razão Crítica (exemplo da redução da criminalidade nos EUA).
– Os recursos (principalmente humanos) das empresas serão cada vez mais escassos e dispendiosos. A principal questão será: o que priorizar? Inovar e renovar serão base estratégica das empresas. Foco: ser mais produtivo, eficiente e eficaz.
– O quinto capítulo começa mostrando que inato, mente e corpo estão unidos (não somos um papel em branco e nascemos com programa inato e revelador do potencial influenciados pelos agentes do meio – cultura, religião, experiências)
– Não considerar a natureza humana pode levar à exigência de sacrifícios que a maior parte dos seres humanos não são capazes de colocar em prática.
– Emoção, sentimento e razão determinam o comportamento humano e são necessários para tomar decisões e direcionar a vida com mais prazer.
– Sentimentos ocorrem na mente e emoções no corpo (como um edifício onde as emoções são as fundações e os sentimentos o topo).
– Emoções são mecanismos de defesa em relação ao ambiente. Importante entender como elas ocorrem. Três tipos: de fundo, primarias e sociais.
– A verdade deve ser constantemente refutada e não devemos deixar que ideias, processos ou modelos concebidos contenham a verdade e que fiquemos limitados a ela (a busca da verdade é uma tentativa contínua e sistemática do experimento cientifico – incorporar o beneficio da dúvida).
– A razão crítica se constitui a conjecturar e refutar a verdade dos modelos preconcebidos
– Sentimentos são importantes.
– Os homens julgam as coisas de acordo com sua disposição mental, estado do cérebro.
– Revolução cognitiva significa a ideia de que eventos físicos, funcionamento da mente e racionalidade não são fatores isolados. Significa também que a mente e capaz de explicar coisas sem recorrer a estereótipos predefinidos.
-“O inato é base para a inteligência de resultados, sinônimo de padrões superiores de competitividade nas organizações empresariais”.
– Importante atentar que emoções e sentimentos são elementos fundamentais para estratégias e indutores de sucesso ou fracasso.
Aproveito e indico também a revista Super Interessante de Outubro/2009 que fala sobre alguns conceitos e autores inclusive citados nesse livro (capa “O segredo de ser você”).
